quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Renato Russo: Se o amor é verdadeiro, não existe sofrimento


"Não penso em amor, ainda sou muito egoísta para ter um relacionamento honesto com alguém."


     Renato Manfredini Júnior, nasceu no dia 27 de Março de 1960 no Rio de Janeiro.
Renato Russo é considerado por muitos fãs, o irmão mais velho de toda uma geração. Uma geração que ele mesmo batizou de "Coca-Cola". Desde 1985, quando a Legião Urbana lançou seu primeiro disco, até hoje, milhões de fãs, de diversas idades, classes sociais e culturas diferentes se sentiram profundamente tocados pelas letras do cantor.

     Considerado por alguns como o líder quase messiânico dos jovens, Renato Russo refutava veementemente essa ideia, dizendo que era apenas um cantor que cantava o que as pessoas gostavam e queriam ouvir. 
     Aos 7 anos de idade foi morar em Nova Iorque, após seu pai, funcionário do Banco do Brasil, ser transferido para os Estados Unidos.

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15 ANOS: 

     Renato sofre de uma doença rara chamada Epifiólise, que tira o movimento de suas pernas.
Em 1969 a família Manfredini volta ao Rio de Janeiro, mais precisamente para a Ilha do Governador, onde ficam morando até 1973, quando mais uma vez, seu pai é transferido, desta vez para Brasília.
     A doença fez com que Renato Russo passasse o tempo todo sentado ou deitado. O período da doença dura dois anos, onde Renato estudou e leu muito, tanto que em 1977 passa direto no vestibular de jornalismo da CeuB.

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THE 42ND STREET BAND:
     Renato começa a esboçar os primeiros desejos de se tornar músico. Em sua imaginação Renato cria uma banda chamada "The 42nd Street Band", na qual ele era o vocalista, e se chamava Eric Russel. Pela primeira vez seu nome artístico começava a aparecer. "Russel" era uma homenagem a um de seus filósofos favoritos, o inglês Bertrand Russel. Mais tarde, o "Eric Russel, daria lugar ao conhecido "Renato Russo".

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O EMBRIÃO:

     Totalmente recuperado da doença, Renato começa a se envolver com o movimento punk, criado em Londres nos anos 70. Calças rasgadas e alfinete na orelha, eram o suficiente para chocar a sociedade brasileira da época.
     Em 1978, já aos 20 anos, Renato Russo realiza seu primeiro show com músicas próprias no bar "Só Cana", em Brasília. O Aborto Elétrico ia bem até que André Pretorius deixa a banda para prestar serviço militar na África do Sul. A banda então ganha dois integrantes: Flávio Lemos e Ico Ouro Preto. Nesse ano Renato conhece Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.


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TROVADOR SOLITÁRIO:

     No ano seguinte, o Aborto Elétrico acaba por causa de diversas brigas entre Renato Russo e o baterista Fê Lemos. Renato passa a compor com mais intensidade e a realizar shows, onde ele toca violão e canta sozinho, ficando conhecido como Trovador Solitário. É nessa época que alguns clássicos do Rock Nacional como "Eu Sei" e "Química" foram escritos por Renato.

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LEGIÃO URBANA:

     "Boa noite Rio de Janeiro. Eu quero falar algumas coisas aqui. Eu vou falar de mim:
Eu tenho mais ou menos 30 anos, eu sou do signo de Áries, eu nasci no Rio de Janeiro, eu gosto da Billie Holiday, e dos Rolling Stones, eu gosto de beber pra caramba de vez em quando, também gosto de milk shake. Eu gosto de meninas, mas eu também gosto de meninos. Todo mundo diz que eu sou meio louco. Eu sou um cantor numa banda de Rock n' Roll. Eu sou letrista, e algumas pessoas dizem que eu sou poeta. 
     Agora eu vou falar de um carinha: Ele tem 30 anos, ele é do signo de Áries, ele nasceu no Rio de Janeiro, ele gosta da Billie Holiday e dos Rolling Stones, ele é meio louco, ele gosta de beber pra caramba. Ele é cantor numa banda de Rock. Ele é letrista, e eu digo, ele é poeta. Todo mundo da Legião queria dedicar esse show, ao Cazuza." 
(Homenagem de Renato Russo à Cazuza, na abertura do show no Jockey Clube em 1990)
   




     Renato convida Marcelo Bonfá para formarem uma banda chamada "Legião Urbana".
Sabendo do talento de Renato, o baterista aceita imediatamente e convida o guitarrista Eduardo Paraná e o tecladista Paulo Paulista para fazerem parte da nova banda. Paraná deixa a Legião Urbana para estudar violão clássico em Tatuí, interior de São Paulo. Um mês depois de entrar na banda Ico Ouro Preto também sai da Legião e finalmente em Março de 1983, Dado Villa-Lobos é convidado para assumir definitivamente a guitarra.
     
     Vindos de uma juventude punk forjada sob o olhar da classe média de Brasília, centro do poder no período militar, um grupo de amigos, conhecidos como a Turma da Colina, tinha muito pra dizer. Cultos, com formação em bons colégios, viajados, eles foram se encantar logo pela anarquia punk. Natural em uma cidade em qua a impunidade era comum para quem está tão próximo ao poder. A Legião Urbana surgiu nesse cenário, na sequência de dois projetos musicais cujos nomes eram tão opostos quantos complementares: Aborto Elétrico e Trovador Solitário. Em comum entre eles, a figura de Renato Russo, cuja personalidade poderia ser deduzida a partir destas personas artísticas que ele havia criado e batizado. Da Turma da Colina, se juntaram a ele Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos. Com o trio, o núcleo criativo se constituiu e daí uma nova história começa para os três.

     Brasília era ainda uma ilha cultural em relação ao resto do país. Afora a genialidade da arquitetura de Oscar Niemeyer, até 1978, a  história curta da nova capital não lhe atribuíra ainda nenhum momento particularmente brilhante nas artes, até porque não havia sido formada a primeira geração de artistas brasilienses. Estes estavam surgindo, justamente ali, com a cara que aquelas duas primeiras décadas tinha tido na cidade. Começa-se, então, a saber que a capital tem um olhar muito particular sobre o país que a cerca. Naturalmente, esse ponto de vista se apresenta pelos gritos jovens. O primeiro alvo, lógico, era o vestibular. Passando por ele, Brasília também entraria na vida adulta. “Química” era um dos hinos do Aborto Elétrico e foi a primeira canção daquela turma a ser gravada em fonograma e lançada em LP e K7 por todo o país. A responsabilidade disso foi de “amigos que estavam lá no Rio”, os Paralamas do Sucesso. Naquele momento, os ouvidos do Sul descobriam um novo jeito de se escrever letras e de se cantar. Esse novo modo vinha acompanhado de assinatura: Renato Russo. Não tardou para que Jorge Davidson, o cara que lançara os Paralamas do Sucesso, quisesse lançar também aquela nova joia que surgia na sua frente. Logo em seguida, eram eles, Renato, Dado e Marcelo, que estavam de mudanças para o Rio. Contrato assinado, chance de gravar um disco e a tal história começa a não ser só dos três, mas de uma geração inteira.

     Entraram em cena acelerando o andamento da música jovem brasileira. Com ares punks e guitarras distorcidas, assumiam a voz daqueles que tinham crescido sobre o período militar chamando-os de “Geração Coca-Cola”, num texto que punha o dedo na cara dos mais velhos, sem deixar de cutucar a própria ferida. Um misto de desabafo e autocrítica que não poupava ninguém. Mas não eram só isso. Eles também sabiam chegar com canções redondas. “Ainda é Cedo” e “Por Enquanto” se tornaram duas das músicas mais regravadas por outros artistas nos anos seguintes.

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1984:

     A Legião Urbana fecha contrato com a EMI e Renato volta para o Rio de Janeiro.
     No ano seguinte, Renato Rocha é convidado por Bonfá para assumir o baixo da Legião Urbana, deixando Renato Russo mais livre para cantar. Em outubro de 1984 a Legião fecha contrato com a EMI e, em janeiro de 1985, lança seu primeiro disco, com sucessos como “Será”, “Ainda é Cedo”, “Geração Coca-Cola” e “Por Enquanto”. Em agosto, os integrantes da banda deixam Brasília e vão morar no Rio de Janeiro. Renato volta para sua antiga casa na Rua Maraú, na Ilha do Governador.
     Com o sucesso do primeiro disco, Renato Russo começa a compor muitas músicas para o novo trabalho. A banda desejava lançar um disco duplo chamado "Mitologia e Intuição", mas acabou lançando um disco simples, com 12 faixas. Para muitos, o disco "Dois", gravado entre janeiro e março de 1986 é o melhor disco da história do rock nacional.
     Em dezembro de 1987 é lançado o terceiro disco da banda, o "Que País É Este", com músicas compostas na fase do Aborto Elétrico. A Legião Urbana começa a ganhar status de maior banda de rock do Brasil, o os seus shows estão sempre lotados. Estoura nas radios de todo o Brasil o épico “Faroeste Caboclo”, uma paulada de quase dez minutos e 159 versos, nenhum repetido.

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ESTÁDIO MANÉ GARRINCHA:

      A banda enfrentou um dos piores momentos da sua carreira.
    A Legião Urbana era amada na cidade mais ou menos como os Beatles em Liverpool. Todo mundo foi ao Mané Garrincha. Todo mundo mesmo. Os 50 mil presentes compraram ingressos, ou não, e lotaram o gramado, as cadeiras e as arquibancadas do estádio. Ninguém queria perder a volta do ídolo, um ano e meio depois da última passagem por lá.
      A noite começava entretanto de maneira tensa. Do lado de fora, a polícia montada avançava com os cavalos sobre as transamazônicas filas que se formavam e davam a volta no estádio. O caos era tão grande que tiveram a brilhante idéia de liberar as roletas. Quem tinha ingresso entrava. Quem não tinha entrava também.
      A aparição da banda no palco pareceu a volta do Messias. E, de certa forma, era mesmo. O público gritou enlouquecidamente quando o show começou, triunfal, com Que País é Esse?, música de mesmo nome do recém-lançado disco, que até então já tinha vendido mais de 400 mil cópias. 

      Mas, como se sabe, tudo degringolou. O que aconteceu naquela noite muita gente ainda se lembra: bombinhas explodiram no palco, um louco agarrou Renato Russo no meio de Conexão Amazônica, brigas explodiram por toda parte, o cantor xingou a platéia, a platéia xingou o cantor. Um clima de quase guerra civil. 

      O grupo saiu do palco depois de 50 minutos de apresentação. O público, indignado, iniciou um quebra-quebra. A polícia, claro, não conseguiu controlar a catarse coletiva. Resultado: A Legião nunca mais tocou em Brasília.

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AS QUATRO ESTAÇÕES:

       Lançado em novembro de 1989, estoura em todo país, vendendo mais de um milhão de cópias e lançando de vez a Legião Urbana para o estrelato. 
Nos dias 11 e 12 de agosto de 1990 a Legião fez dois impressionantes shows no Parque Antártica, em São Paulo, para mais de 80mil pessoas. Os fãs, cada vez mais fervorosos, acompanham cada passo da carreira de Renato Russo e fazem um trocadilho com o nome da banda a chamando de “Religião Urbana”, fato que incomodava profundamente o cantor, que rechaçava essa idéia.

     Em dezembro de 1991 o disco "V" é lançado pela EMI Odeon. Nessa época Renato enfrentava uma séria crise com drogas e álcool, e a turnê de divulgação do disco foi cancelada em Natal, no Rio Grande do Norte, apenas um mês após seu início.

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ACÚSTICO MTV:

     A Legião Urbana gravou no Hippodromo, em São Paulo, o especial Acústico MTV.
     O Acústico foi lançado sete anos depois, em outubro de 1999, em video e em CD. 
     No dia da gravação Renato Russo cantou a música “Hoje A noite Não Tem Luar”, uma versão para a música dos Menudos. Em dezembro de 1992 é lançado o disco "Música para Acampamento", com diversas gravações realizadas entre 1984 e 1992.


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THE STONEWALL CELEBRATION CONCERT:
     Renato Gravaria seu primeiro disco com 21 músicas em ingles.
     Vem aí, a carreira solo.
    O disco O Descobrimento do Brasil é lançado em novembro de 1993, e a música “Perfeição” fica em primeiro lugar nas radios de todo o país. A excursão do disco começou apenas em junho de 1994, pois em Fevereiro e Março, Renato gravaria seu primeiro disco solo: The Stonewall Celebration Concert, com 21 músicas em inglês. Os royalties do disco foram doados para a Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida, campanha do sociólogo Betinho.

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1995:

     O ultimo show da história da Legião Urbana.
   Feliz com o resultado do seu primeiro disco solo, Renato viajaria com Gilda Mattoso para a Itália, a fim de iniciar uma pesquisa para seu próximo disco solo, todo em italiano. Logo após a sua volta da Europa a Legião faria um show em Santos, na Reggae Night. Durante a apresentação Bonfá foi atingido por uma lata de cerveja. Em protesto, Renato Russo passou boa parte da apresentação, deitado no chão, olhando seu relógio. Era 14 de janeiro de 1995, e aquele foi o ultimo show da história da Legião Urbana.
   Renato dedicou o restante de 1995 para as gravações do segundo disco solo, "Equilíbrio Distante", lançado em dezembro do mesmo ano. No início de 1996, a Legião Urbana começa as gravações que resultaram no disco "A Tempestade". Mais de 30 faixas foram gravadas, apenas 15 lançadas em Setembro.

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1996:

     Morre Renato Russo em seu apartamento na rua Nascimento Silva, em Ipanema.

     Renato Russo, que se declarava católico que fazia seu próprio catolicismo, faleceu no dia 11 de outubro de 1996, ás 01h15m da madrugada, pesando apenas 45 quilos, em consequência de complicações causadas pela AIDS (era soropositivo desde 1989, mas jamais revelou publicamente sua doença). Deixou um filho, o produtor cultural Giuliano Manfredini, na época com apenas 7 anos de idade. O corpo de Renato Russo foi cremado e suas cinzas foram lançadas sobre o jardim do sítio de Roberto Burle Marx
     No dia 22 de outubro de 1996, onze dias após a morte do cantor, Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, ao lado do empresário Rafael Borges, anunciaram o fim das atividades do grupo, deixando milhões de fãs órfãos. Estima-se que a banda tenha vendido cerca de 20 milhões de discos no país durante a vida de Renato. Mais de uma década após sua morte, a banda ainda apresenta vendagens expressivas de seus discos pelo mundo.
     
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Obrigado Renato Russo


Obrigado Renato Russo, por - pelo menos ter tentado - nos ensinar que é preciso amar como se não houvesse amanhã; que a felicidade mora aqui, com a gente, até a segunda ordem; e que quando se aprende a amar, o mundo passa a ser nosso. Nos ensinar que é a verdade que assombra, o descaso que condena e a estupidez que destrói, que disciplina é liberdade, compaixão é fortaleza e quando se tem coragem, tem bondade. E por sempre, sempre, falar que não devemos deixar que nos digam que não vale a pena acreditar no sonho que nós temos. Por nos ensinar, também, que se quisermos alguém em quem confiar, devemos confiar em nós mesmos. E por nunca cansar de nos lembrar que todo mundo sabe, ninguém quer mais saber. Por entender nossa carência, nossa procura por alguém que um dia possa nos dizer que quer ficar só conosco. Por nos entender quando dizemos que se o mundo é parecido com o que vemos, preferimos acreditar no mundo do nosso jeito; por insistir que se entregar é uma bobagem e que o vento leva sempre tudo embora. Obrigado, por falar, inúmeras vezes, que os sonhos vem e que os sonhos vão e que o resto é imperfeito. E, acima de tudo, por nos ensinar, sempre, em qualquer frase de qualquer musica, que quando tudo está perdido, sempre existe uma luz! E nos fazer acreditar que, ao menos uma vez, o mais simples pudesse ser visto como o mais importante. Por nos ensinar a vencer os obstáculos, afinal, tudo está perdido, mas existem possibilidades. Ah, e que apenas começamos e o mundo começa agora! Entender, que, quem fala demais quase sempre não tem nada a dizer.


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"Eu acredito que não existem heróis. Existem pessoas realmente maravilhosas, figuras espiritualizadas, religiosas, que são grandes modelos para a humanidade, mas na verdade todo mundo é igual. Eu não acredito que eu tenha uma verdade a mais.
E principalmente a juventude, se a juventude cair nesse erro de acreditar que sim, ela inevitávelmente vai acabar descobrindo que seu ídolo têm pés de barro."





quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Mamonas Assassinas: A morte a serviço da imortalidade.

"...Ficamos um tempão querendo ser iguais aos outros. Quando resolvemos ser a gente mesmo, o negócio rolou. Unimos o "útero" ao agradável..."



O Começo


     Estávamos no ano de 1995 e já fazia um bom tempo que o Rock não era mais a sensação do momento. Mas cinco rapazes viriam a mudar o cenário musical da época. Numa carreira meteórica, nunca uma banda fez tanto sucesso em tão pouco tempo. Os Mamonas Assassinas foram responsáveis por uma das maiores vendagens de disco no Brasil. Em um espaço curto de tempo venderam mais de 1 milhão de cópias e alcançaram um sucesso estrondoso.

      Antes da fama, Julio Rasec, Bento Hinoto e os irmãos Samuel Reoli e Sérgio Reoli, formavam em Guarulhos - SP, uma banda chamada Utopia especializada em covers de Rush e Legião Urbana. Durante uma apresentação num ginásio da cidade o público pediu para que fizessem um cover da banda Guns N'Roses. Como nenhum deles sabia a letra, chamaram alguém da platéia para subir ao palco e cantar. Um rapaz que atendia por Dinho se apresentou, mas ele também não sabia a letra da música. Levou o público às gargalhadas com as palhaçadas que fez, com isso acabou sendo convidado a fazer parte da banda.

      A Utopia passou a fazer apresentações periódicas pela cidade de São Paulo. Participaram de programas televisivos regionais e chegaram até a gravar um disco que não vendeu mais que cem cópias. A Utopia se caracterizava pela seriedade de suas músicas, mas como não conseguiram alcançar o sucesso esperado decidiram investir numa mudança radical. Não foi uma tarefa difícil, pois todos já tinham por natureza um espírito brincalhão e também já tinham escrito diversas músicas com letras engraçadas para brincar com amigos e parentes.


     A primeira providência foi modificar o nome da banda. Entre opções como Os Cangaceiros De Teu Pai, Coraçõezinhos Apertados, Uma Rapa de Zé e Tangas Vermelhas, acabaram escolhendo Mamonas Assassinas, pois segundo o vocalista foi o nome que mais os fez rir. Engana-se quem pensa que o nome foi inspirado naquelas famosas frutinhas verdes e espinhentas. Na verdade o nome significava seios grandes como pode ser identificado no nome em inglês que criaram para a banda: The Killer Big Breasts.

     Gravaram uma fita demo e enviaram para diversas gravadoras. De início foram rejeitados por todas, mas Rafael Soares, amigo da banda, baterista do grupo Baba Cósmica, era filho do diretor artístico da EMI-Odeon, João Augusto Soares, e foi através dele que João conheceu o som dos Mamonas e resolveu investir naquele grupo irreverente. Assinaram contrato, e em Abril de 95 lançaram o primeiro e único disco auto-intitulado, onde as piadinhas estavam incluídas das músicas até os agradecimentos no encarte.

     Com o trabalho de uma assessora de imprensa contratada pelo empresário do grupo (e praticamente o sexto Mamona) Rick Bonadio, fizeram sua primeira aparição para o Brasil no programa Jô Soares Onze e Meia. A partir daí o sucesso foi inevitável. O disco começou a vender como água devido ao sucesso da faixa "Vira-Vira", uma música que conta as aventuras sexuais de um casal português numa paródia do cantor, também português, Roberto Leal.

     Essa foi a primeira música a estourar, mas não demorou muito para que todas as faixas do disco estivessem na boca de todos. "Pelados em Santos", "Chopis Centis", "Mundo Animal", "Robocop Gay", "Sábado de Sol", entre outras eram executadas a exaustão nas rádios de todo o Brasil. Em diversas músicas Dinho fazia imitações perfeitas de famosos cantores brasileiros, como Belchior na faixa "Uma Arlinda Mulher".

     Eram em média cinco shows por semana, estavam nas capas das revistas mais importantes do Brasil e as apresentações em programas de televisão se tornaram frequentes. Claro que a crítica musical ficou horrorizada com o sucesso de uma banda como os Mamonas Assassinas. Eram tachados de ridículos e palhaços da música, mas o público não estava nem aí.

     Com uma sonoridade pop/rock que em algumas canções misturavam diversos elementos de outros estilos musicais, passavam do hard rock ao heavy metal sem dificuldades. Arranjos criativos, letras escrachadas e divertidas conquistaram jovens, adultos, idosos e crianças.

     O grupo era aceito em todos os canais, para divulgar seu único disco auto-intitulado de Mamonas Assassinas. Sucesso em todo Brasil, tendo conquistado principalmente o público infantil, o grupo paulista viveu uma das últimas grandes épocas da venda de CD.

     As letras, que primavam por duplo sentido e pobreza estética, caiu como uma luva no gosto popular. Vez por outra, a sociedade brasileira escolhe o seu "quanto pior melhor" para cantar junto, chorar junto, brincar junto e sofrer junto. Imagino que em tempos de twitter, Dinho (vocalista) seria um daqueles que teria mais de 1 milhão de seguidores, 'brincando'.

     Os Mamonas Assassinas conseguiram o 'mérito' de fazer crianças de 3,4,5 anos cantarem músicas com a seguinte pérola: "Roda, roda e vira, solta a roda e vem/Já me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém/Neste raio de suruba, já me passaram a mão na bunda/E ainda não comi ninguém!". Nesta hora, as letras deixam de ser classificadas como de pleno 'mal gosto' para trazerem 'alegria aos lares brasileiros'.





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O Final

     Mas um acidente fatídico viria a interromper a carreira dos jovens de Guarulhos. Em 2 de Março de 1996 a banda voltava de sua última apresentação no país, em Brasília, de onde partiriam para uma turnê em Portugal, quando o avião Learjet onde viajavam se chocou com a Serra da Cantareira em São Paulo.

       Esse acontecimento chocou o Brasil. Não se via tanta tristeza no país deste a morte do piloto Ayrton Senna quase dois anos atrás. Milhões de pessoas acompanharam tudo pela TV, desde o resgate dos corpos até o enterro na cidade de Guarulhos. No velório foram milhares de pessoas se espremendo para dar o último adeus àqueles que haviam se tornado ídolos nacionais. Depois disso os Mamonas tiveram lançados bonecos, livros, cd-rom, álbum de figurinhas e uma coletânea com versões ao vivo de algumas músicas e faixas inéditas. Os Titãs chegaram a gravar um cover da música "Pelados em Santos" no álbum "As Dez Mais".

     
     Até hoje críticos musicais e estudiosos da sociedade se perguntam como foi que um grupo como os Mamonas Assassinas alcançou tanto sucesso entre todas as faixas etárias e sociais da nossa população. Todos procuram uma explicação para a fama estrondosa que o grupo alcançou. Seria o estilo musical? Seriam as letras das músicas? Seria a irreverência de seus integrantes? Será que o povo estava precisando de alegria? Será que eram apenas uma moda passageira? Apenas se tornaram um mito devido ao acidente que interrompeu drasticamente suas vidas?

    O fato é que, os Mamonas Assassinas, quebraram todas as barreiras da moral e de bons costumes, tornando-se uma das bandas mais populares e saudosas já vistas no Brasil. Calando a boca de críticos musicais conservadores e de muita gente que tachava-os de mau-exemplo para as crianças brasileiras. E até hoje as músicas dos Mamonas são tocadas em festas, bailes, barzinhos, entre outros. 

      Sem dúvidas, Dinho, Júlio Rasec, Bento Hinoto, Samuel e Sérgio Reoli, vão ficar eternizados durante muito tempo na memória de muita gente que teve a oportunidade, e a honra de viver na época, em que os quatro rapazes de Guarulhos fizeram história no cenário musical brasileiro.
 

Elvis Presley - A Cronologia do Rei

"...Observo e ouço a plateia , e sei que tanto eles quanto eu, estamos colocando alguma coisa pra fora. Nenhum de nós sabe o que é. O importante é que estamos nos livrando disso, sem ninguém se machucar..."

 

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Cronologia de Elvis Presley

*1935 - Às doze horas do dia 8 de Janeiro, nasce em East Tupelo, Estado do Mississipi, Estados Unidos, Elvis Aaron Presley, filho de Vernon Elvis Presley e Gladys Love Smith Presley. Seu irmão gêmeo idêntico não sobrevive.

*1936 - Um Grande tornado atinge a pequena Tupelo, e por muito pouco, a casa dos Presley não é arrastada. Os tempos são muito difíceis para eles, e Elvis vive sua infância nas ruínas da cidade.

*1937 - Começa a frequentar a "Igreja da Primeira Assembléia de Deus", onde sua família ora por dias melhores. Ali, ele tem o seu primeiro contato com a música "Gospel". Não raro, o pequeno Elvis corria para junto do coro da igreja, fascinado pelo que vê e ouve.

*1938 - Embora assíduos frequentadores das reuniões e passeios promovidos pela igreja, os Presley não são fanáticos religiosos. Buscam tão somente o relacionamento, orientação e conforto necessários para enfrentar o dia-a-dia. Elvis mostra-se uma criança simples, cujas normas de educação, baseadas nos conceitos de humildade e respeito, são ditadas por sua mãe.

*1940 - Início de seus dias escolares e sua mãe o acompanha diariamente até a escola (prática que o acompanharia até seu último dia de "High School").

*1941 - 1943 - Muitas separações marcaram grande parte dos anos de guerra para os Presley. Vernon transfere-se de Tupelo para Memphis, Estado do Tenessee. Diante da proibição de crianças nos condomínios populares que visita, decide separar-se provisoriamente da esposa e do filho. Essa prática não apresenta resultados e Vernon volta pra casa.


*1944 - Este é o período em que Elvis se apresenta com sua primeira namorada, Caroline Ballard, filha de um pastor. O namoro termina com a mudança da família da garota para a cidade de Jackson, no Estado do Mississipi.

*1945 - Elvis canta para sua classe, e a professora, impressionada, leva o menino ao diretor da escola. Este por sua vez o inscreve na "Feira Anual Mississipi-Alabama" num concurso de talentos, que é transmitido por uma rádio local.

*3 de Outubro de 1945 - Elvis se apresenta na feira cantando "Old Shep" (música que gravaria mais tarde como profissional). Ganha o segundo prêmio (5 Dólares e ingressos grátis para todo o parque), e passa a noite divertindo-se com a ex-namorada Caroline no parque.

*1946 - 1947 - Neste período, novas mudanças marcam a vida da família Presley. As dívidas constantes fazem com que a família não consiga morar muito tempo no mesmo local. É neste período que Elvis começa aprender seus primeiros acordes com o tio Vester, o qual constuma aparecer para tocar violão.

*1948 - Elvis pede uma bicicleta aos pais, que na impossibilidade de comprar tal presente, sugerem um violão. Desde então, passa a ouvir com maior intensidade o rádio, e tentar reproduzir o que ouve: música rural (country-western) e o blues negro. Aos poucos desenvolve seu estilo, que mudaria o mundo.

*12 de Setembro de 1948 - A família Presley muda-se definitivamente para Memphis. A situação não melhora, e Elvis é matriculado na "L.C. Humes High School". No primeiro ano, o garoto tem dificuldades de adaptação.

*1949 - Com um ano na Humes, Elvis dá vazão a outra de suas paixões, o futebol americano. Sua mãe não gosta dos riscos deste esporte e pede a ele que esqueça o passatempo. Como sempre, concorda com a mãe.

Nessa época Elvis consegue seu primeiro emprego, como lanterninha de cinema, mas uma briga com um colega de serviço faz com que seja despedido. Paralelamente, sua mãe é forçada a deixar seu trabalho de enfermeira, devido à problemas de saúde.

O pouco dinheiro que Elvis consegue guardar nesse período é gasto em roupas um tanto quanto extravagantes para a época, que compra na loja "Lansky" (especializada em roupas de negros, localizada na famosa "Beale Street"). 'Peculiares' e por seu um dos "berços do blues". Até os dias de hoje, a Lansky é considerada um ponto turístico por suas características.

*1950 - 1952 - Elvis parte para um trabalho de período integral, visando ajudar mais a família, que continua com sérios problemas financeiros. Porém, o emprego começa a prejudicar seus estudose Gladys força o filho a demitir-se. Apesar da saúde deficiente, a mãe retoma seu trabalho como enfermeira.

*14 de Junho de 1953 - Elvis recebe seu diploma da High School. Enquanto isso, seu pai também apresenta problemas de saúde e inconstância no trabalho. Um período de grande pobreza para a família.

*Primavera de 1953 - Elvis está trabalhando para a "Crown Electic Company" como motorista de um caminhão de entregas e em seu horário de almoço, depara-se com um anúncio de uma pequena gravadora local sobre a possibilidade de gravar uma canção num acetato. Decide entrar, e é atendido por Marion Keisker, secretária da gravadora "Sun Records" (cuja subsidiária Memphis Recording Service está fazendo a promoção). 

Elvis diz que pretende gravar um disco para sua mãe, e indagado sobre seu estilo, diz: 
"- Não imito ninguém!"

Ele grava duas canções: "My Happiness" e "That's When Your Heartaches Begin", em 10 minutos, paga 4 Dólares pelo serviço e leva seu disco (acetato). A secretária deixa um bilhete para seu chefe, Sam Phillips, proprietário e produtor da Sun, com o seguinte texto: 
"Elvis Presley... bom cantor de baladas. Guarde isto."

Meses depois, Elvis volta para gravar novamente e o próprio produtor o atende. Ele grava mais duas canções. 

Sam Phillips viaja para Nashville e volta trazendo uma canção que pretende gravar com um cantor negro. Sem obter sucesso em localizar o intérprete desejado, é lembrado por Marion do "cantor de baladas". Imediatamente, após o telefonema de Sam, Elvis chega e inicia a gravação, sem sucesso. Sam Phillips desiste da canção e fica por volta de três horas com Elvis, ouvindo-o.

Decidido a apoiar o garoto, Sam Chama Scotty Moore, guitarrista, e Bill Black, contra-baixista, para apresentá-los ao cantor. O trio passa a ensaiar por um período, e volta ao estúdio para um teste. Durante o teste, nada acontece, porém, num dos intervalos, o trio despretensiosamente começa a tocar alguns sucessos da época com ritmos e enfoques diferenciados, chamando a atenção do produtor.

Era o nascimento de um novo estilo. Elvis, o branco que cantava como um negro, inicia sua espetacular trajetória para o sucesso.

*5 de Julho de 1954 - Primeira sessão de Elvis no estúdio da Sun como artista profissional. Ele grava por quatro dias e entre as canções está "That's All Right", que dá título ao seu primeiro disco.

*7 de Julho de 1954 - O disc-jockey Dewey Phillips, toca "That's All Right" em seu programa de rádio WHBQ de Memphis. É a primeira vez que o cantor é ouvido no rádio. O sucesso dessa primeira execução faz com que Elvis, seja assediado incessantemente pelos fãs. Data de sua primeira entrevista.

*19 de Julho de 1954 - A Sun Records lança o primeiro 'single' de Elvis com "That's All Right" (Mama), no lado 1, e "Blue Moon of Kentucky", no lado 2. 
Surge a primeira polêmica: Os DJ's de Country Music não querem tocar o cantor, afirmando que, a sua música é negra, e os negros não o querem porque ele é branco. Embora com sucesso, Elvis ainda está pobre, e Sam Phillips chama Bob Neal para empresariá-lo.

*10 de Agosto de 1954 - A primeira grande aparição pública de Elvis, foi à tarde, na grande concha acústica do Overton Park Shell, e nada acontece de especial. À noite, porém, ele volta e canta suas músicas recém-gravadas e o sucesso acontece. Começam as viagens, as manchetes e os shows.

*1955 - No início do ano, durante uma de suas apresentações, Elvis é visto por Thomas Andrew Parker (Coronel Parker), que dali em diante seria seu empresário.






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*1956 - Cresce o sucesso do cantor com apresentações em diversas cidades, e num dos mais famosos programas de rádio da época: O "Louisiana Hayride".

Quando Elvis se apresenta no programa de Ed Sullivan, a sua popularidade regional, passa a ser nacional. Sua apresentação provoca enormes polêmicas e ele é chamado de obsceno, sendo filmado apenas da cintura para cima quando retorna ao programa. É neste período que é chamado para um teste no cinema e filma "Love Me Tender", a primeira de uma grande série de películas.

*1957 - Paralelo à música, Elvis participa de mais dois filmes, "Loving You" e "Jailhouse Rock".
O Rock n' Roll é uma mania mundial, e o cantor é eleito "O Rei", título pelo qual até hoje é reconhecido. Compra a mansão de Graceland (onde viverá pelo resto de sua vida).

*1958 - Enquanto o cantor realiza aquele considerado o seu melhor filme "King Creole", vem a convocação para o exército. É neste período que desaparecem do cenário musical, vários outros ídolos da chamada "Era de Ouro do Rock n' Roll":

Jerry Lee Lewis (condenado pela sociedade por casar-se com a prima de 13 anos);
Chuck Berry (preso por envolvimento com menores e drogas);
Bill Halley (por não conseguir repetir o estrondoso sucesso de Rock Around The Clock);
Litlle Richard (por declarar-se homossexual e envolver-se com religião);
Buddy Holly e Ritchie Valens (mortos num desastre aéreo), entre outros...

Elvis, por sua vez, além de seu afastamento da vida civil e artística, sofre outra perda irreparável cujos efeitos seriam notados pelo resto de sua vida.

Sua mãe Gladys morre em 14 de Agosto, devido a diversos problemas orgânicos resultantes 'segundo biógrafos', da enorme depressão causada pela repentina mudança nos padrões de sua vida.

*1959 - 1960 - Ao contrário do que se imagina, mesmo com sua ausência, e com as mudanças que a cultura em geral volta a ter, Elvis permanece com sucesso e discos (gravados antes da partida para a Alemanha), lançados normalmente, numa manobra executada habilmente pelo empresário Coronel Parker. Elvis conhece durante o serviço militar, na Alemanha, Priscilla Beaulieu.

*1960 - Elvis retorna à vida civil. Além de novos filmes que já começam a dever em qualidade, vai ao Havaí e realiza um grande show beneficiente para as famílias das vítimas do ataque a "Pearl Harbor". Seu estilo ainda é rebelde, embora com um repertório mesclado com mais baladas.

*1961 - 1966 - Continua a maratona do cantor no cinema e não mais se apresenta em público. Apesar de fracos, e sem conteúdo, os filmes de Elvis retratam o jovem da época com muitas garotas de biquínis, praia, surf, casos de amor adolescente, carros incrementados e muitos outros ingredientes típicos, além de serem os precursores do que hoje é chamado de "vídeo-clip".

*1967 - Elvis casa-se em uma cerimônia íntima e secreta em Las Vegas, às 4 horas da manhã, com Priscilla Ann Beaulieu, que já morava com ele em Graceland desde os seus 16 anos.

*1968 - Exatos nove meses após o casamento, nasce a filha única do casal, Lisa Marie Presley. Ao final do ano, o cantor retoma as aparições ao vivo num lendário especial de TV para a NBC. O Programa bate todos os recordes de audiência e torna-se um "divisor de águas" em sua carreira. Daí em diante retorna definitivamente aos palcos.

*1969 - O palco do Las Vegas Hilton recoloca o rei em seu trono, e isso reforça até mesmo seus discos que passam a ser mais elaborados e superiores às trilhas de filmes que vem gravando.

*1970 - Elvis volta ao cinema em forma de documentário. O roteiro é argumentado sobre um making-of de suas apresentações em Las Vegas, bastidores e ensaios do cantor.

*1971 - 1972 - Motivado pelo sucesso em Vegas, o cantor retoma suas turnês. "Elvis On Tour" é produzido para o cinema e representa o seu último filme. Em 72, se apresenta no "Madison Square Garden", em Nova Iorque, lotando-o nos quatro shows, façanha até então não realizada. Seu casamento termina e, como a perda de sua mãe, nunca foi 'assimilado emocionalmente'. O divórcio influencia seu comportamento, dentro e fora dos palcos.

*1973 - Separado de Priscilla, Elvis realiza um opulento espetáculo no Havaí, inaugurando as transmisões de shows via satélite para o mundo. Ele é visto simultâneamente por mais de 1 bilhão de pessoas, numa audiência superior à primeira descida do homem na lua. Prosseguem as turnês.

*1974 - 1977 - Show após show, Elvis segue a sua rotina que desde 1969, até 26 de Junho de 1977, totaliza mais de mil apresentações ao vivo (cerca de uma hora e meia cada).


(26 de Junho de 1977).  Esta é a data de seu último concerto, realizado em Indianapolis. Nesses últimos anos, o cantor já não apresenta uma silhueta esbelta, e sim a figura de um homem doente, marcado pela dependência de fortíssimos medicamentos, sofrendo entre outros males de, glaucoma, problemas de cólon, problemas digestivos, e até mesmo um tipo de câncer ósseo diagnosticado somente após sua morte.

Inchado e disforme, com sua voz cada vez mais potente, ele continua a lotar os shows.

*16 de Agosto de 1977 - Nesse dia, Elvis iria iniciar uma nova turnê e já mantinha planos de se casar em breve com sua companheira Ginger Alden.

Elvis é encontrado morto no banheiro de sua mansão aos 42 anos, às 14 horas. A notícia de sua morte chega a todos cantos do mundo como uma verdadeira bomba. 


Depois de Mickey Mouse, Elvis é a imagem mais famosa do mundo em reproduções, e ninguém aceitava a ideia de sua morte.
Seu funeral é marcado até mesmo por suicídios e após tentativa de roubo do seu corpo, seu pai decide trazê-lo, e enterrar Elvis, sua mãe e o irmão gêmeo (este último simbólicamente), nos jardins da mansão Graceland, num local chamado pelo cantor de "Jardim da Meditação".

*26 de Junho de 1979 - Aos 63 anos, Vernon Presley faleceu, e os direitos de Elvis passaram a ser administrados por Priscilla Presley, que afastou o Coronel Parker do espólio do rei.

*1997 - Coronel Thomas Andrew Parker (Coronel Tom Parker), falece em Janeiro, aos 87 anos.


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Curiosidades e frases de Elvis Presley

Elvis era um tipo de pessoa que precisava levar tudo aos extremos até esgotar o seu interesse por determinada coisa. Chegava a padrões, sem limites e progressivos, de tornar realidade qualquer tipo de fantasia que tivesse. Dali a algum tempo, perdia o interesse, e não dava a essa fantasia nenhuma importância. Comportamento este, que o cantor sempre manteve como padrão para sua vida emocional. Relacionamentos começavam com a mesma facilidade que terminavam.

Elvis dizia: "Eu não diria que garotas são um hobby meu. São um passatempo."

Existem duas histórias sobre Elvis Presley. A primeira, que todos conhecem, parece um conto de fadas, já invadiu o território das lendas e mitos, e terminou em tragédia. A segunda, a que poucos tiveram acesso, mostra o ídolo em sua verdadeira face humana, com seus defeitos e virtudes, suas ambições e desejos, seus ódios e amores, sua tempestuosa relação com o universo pop e com as pessoas que o cercavam.

Elvis dizia: "Em público, gosto de roupa bem conservadora, alguma coisa que não seja espalhafatosa. Mas no palco, gosto da roupa mais espalhafatosa que puder."

Gladys Presley (mãe), Vernon Presley (pai), Priscilla Ann (esposa), e Lisa Marie (única filha). Existem três marcos fundamentais na vida emocional de Elvis: A morte da mãe, o casamento com Priscilla, e sua separação em 1972.

Elvis dizia: "Observo e ouço a plateia, e sei que tanto eles, quanto eu, estamos colocando alguma coisa pra fora. Nenhum de nós sabe o que é. O importante é que estamos nos livrando disso, sem ninguém se machucar."

Elvis tinha graves problemas de cólon, no aparelho digestivo, e um glaucoma no olho esquerdo. Os exames post-mortem acusaram indícios do que poderia ser um certo tipo de câncer ósseo, o que efetivamente comprovou que Elvis estava doente.

Elvis dizia: "Não gosto de ser chamado de Elvis Pelvis. É uma das expressões mais infantis que já ouvi vinda da boca de um adulto. Mas, se quiserem me chamar assim, não posso fazer nada, sou obrigado a aceitar."

Você sabia que o primeiro show acústico transmitido pela televisão foi de Elvis Presley? Das cenas não aproveitadas, o canal de TV americano HBO, aproveitou um dos shows intimistas acusticos, e o exibiu na ítegra em 1980, e foi o primeiro show acústico da história do rock. Posteriormente, esse show saiu em home-video, e ficou conhecido como "One Night With You", nome dado pela HBO.

Elvis dizia: "É preciso rebolar para atrair uma multidão. Se eu ficasse lá parado, cantando, sem me mexer, as pessoas diriam: 'Eu poderia ficar em casa ouvindo os discos dele.' É preciso montar um show para as pessoas."

As "Jumpsuits" (como são conhecidas as roupas de Elvis), foram criadas a partir das solicitações do artista em função dos seus movimentos no palco, inspirados em artes marciais, e surgiram diante da sua recusa em apresentar-se de smoking, que até então, era um padrão nunca infringido em Las Vegas.

Elvis dizia: "Quando eu comecei a cantar pesava 70 quilos. Hoje peso 84. Não fiquei mais alto, mas estou ganhando um pouco de peso. A única malhação que faço é no palco. Se não fosse por isso, eu ficaria meio barrigudo, de tanto que como."




Ao conhecer o famoso guitarrista Eric Clapton, Elvis não sabia quem ele era, e muito menos tinha noção do que ele fazia.

"Mas quem diabos é Eric Clapton? - Perguntou Elvis.
Ao ser apresentado, falou: "Afinal, o que é que você faz?"

Clapton respondeu: "Sou Guitarrista!"
Elvis então disse: "Ah! Então é isso. Você quer aulas de guitarra. Posso chamar meu guitarrista (e chamou), e pedir a ele que o ajude.

Clapton sem graça, assistiu o filme com Elvis e se despediu.
"Esse tal de Eric Clapton é um bom sujeito." -Finalizou Elvis.